quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Bodas de Diamante

Nos dias que correm são cada vez menos as noticias que nos chegam de casos como este. Pois é, já lá vão 60 anos desde o dia em que esta foto foi tirada.


[1948 - António Garcia de Matos (25 anos) e Maria Rosa de Jesus (18 anos)]

António Garcia de Matos e Maria Rosa de Jesus casavam a 7 de Agosto de 1948, na Igreja do Sobral – concelho de Mortágua. À sua volta amigos e familiares testemunhavam uma união que seria para toda uma vida de partilha de momentos de alegria, de tristeza mas acima de tudo de amor e respeito.
Para comemorar os sessenta anos de casamento reuniram ao seu lado as cinco filhas: Idalina, Amélia, Laurinda, Rosa e Leonor com os respectivos maridos: José António, José, Domingos, Eugénio e Orlando. Estiveram ainda presentes os netos: Luís, Miguel, Simone, Nadine, Marco, Cláudio, Cláudia, Pamela, Janete e Carina. E como a idade já impõe um certo respeito, estiveram também presentes os seus queridos bisnetos: Tim e Ema, filhos da Simone; Mariana, filha do Marco; Inês, filha do Luís e Iria, filha da Cláudia.



O almoço comemorativo decorreu ao longo do dia 16 de Agosto e para desta família directa, estiveram também presentes outros familiares. Irmãos, cunhados e amigos dos aniversariantes, todos se quiseram associar a esta bonita comemoração que no fundo nos enche a todos de orgulho. É bom vermos pessoas que passados tantos anos conseguem ter a família unida num laço de grande amizade. Aos aniversariantes os nossos mais sinceros parabéns.





«16 de Agosto de 2008, Bodas de Diamante da Avó Rosa e Avô António


Caríssimos Avó Rosa e Avô António, prezada família,
É com imensa alegria que lhes dirijo algumas breves palavras neste dia em que comemoramos uma data tão especial para todos nós.
Não sei se alguém já ouviu falar de uma tal de Margaret Mead. Ela é autora de uma frase que define bem o casamento. Ela escreveu, “Uma das necessidades humanas mais antigas, éter-se alguém que se interrogue onde nós estamos quando não vimos para casa à noite.”
Existem dezenas de outras frases, umas sérias, outras engraçadas, que buscam conceituar esta instituição secular, que actualmente vive uma crise alimentada pelos meios de comunicação. Hoje em dia, infelizmente, os artistas de televisão são os grandes conselheiros da maioria dos jovens. Talvez por isso, casais façam festas para comemorar os 60 meses de casados. Outros chegam até a comemorar 60 dias de casamento.
De facto, encontrar pensamentos sobre o casamento não é difícil. O que é difícil é encontrar citações sobre 60 anos de casamento.
A fim de enriquecer este discurso, e para fugir do comum que seria apenas agradecer ao Avô António e à Avó Rosa pelo seu exemplo e cumprimenta-los pela longevidade da sua união, pesquisei filósofos, poetas, sábios e religiosos, e nada, exactamente nada encontrei.
Cheguei então à conclusão que 60 anos de casados é um evento tão raro e tão importante que dispensa qualquer tipo de definição. Ele por si só é explicativo. Encerra em si próprio toda uma vida vivida a dois, durante o longo período de 60 anos. E um acontecimento único e singular na vida de um casal, de seus filhos, netos e bisnetos, e todos aqueles que lhes querem bem. E, enfim, um momento que funde presente, passado e futuro.
Na verdade, mesmo sem dizer uma só palavra, quem nos está a transmitir uma mensagem hoje, lá do alto dos seus 60 anos de casados, são vocês, Avô e Avó.
Então, lembrei-me que cada um de nós, pelo menos uma vez, deve ter desejado possuir o dom de parar o tempo em determinada época da sua existência, logicamente que num período particularmente feliz. Se o Avô e a Avó, tivessem essa faculdade, suponho que um dos momentos que teriam escolhido, seria o daquele inesquecível dia 7 de Agosto de 1948 apesar dos tempos difíceis que então corriam.
Perante o altar da Igreja do Sobral, os ainda muito jovens noivos, Maria Rosa com 18 anos e António com 25 e sob os olhares atentos das suas famílias e amigos, disseram o “Sim”.
Se o tempo tivesse parado naquele dia, teríamos a felicidade de ter aqui connosco a comemorar, todas as pessoas que lá estavam. Mas o tempo não para. Por isso, hoje bastariam algumas cadeiras desta sala para acomodar os que tiveram o prazer de presenciar aquela cerimónia inesquecível.
Mas se o relógio tivesse parado, nada teríamos a comemorar. Não estariam aqui estas cinco filhas, estes cinco genros, as 6 netas, os 4 netos, as 4 bisnetas e um bisneto. Se tivesse parado o relógio, a história da Avó e do Avô resumir-se-ia a umas poucas linhas a preto e branco e nao se teria transformado num belo e colorido filme.
Um filme de muitos capítulos, uns alegres e outros nem tanto. Um filme de muitas emoções, de incertezas e de angústias. Um filme onde em cada episódio se transpirava o suor da vida.
O colher da resina; a chegada das filhas; os serões e madrugadas passadas na oficina onde o Avô tratava de calçar a família, vizinhos e clientes vindos de longe; os serões passados pela Avó a debulhar milho para fazer pão e a escolher azeitona para levar ao lagar; as sementeiras e as colheitas que decorriam em função do tempo, ás vezes chuva, ás vezes sol; a construção da casa nova e mais tarde do aviário... Tudo com o esforço e a vontade que se requer para levar a família para a frente. Sem esquecer o episódio da doença do avô em que a avó se viu a braços~ com um marido doente e cinco filhas para criar. Mas é nos momentos difíceis que se vê o quão valiosas e especiais são as pessoas. Quis Deus que essa dificuldade só fizesse a família ficar mais forte e que ao final o Avô ainda escrevesse uma carta vinda do céu. A compra do primeiro carro, o velho Austin, o famoso “caixa de fósforos”; o tractor a petróieo que fazia mais fumo que um comboio para além de ter que ser empurrado pelas filhas cada vez que se punha a trabalhar; a viagem clandestina do Avô para França; os namoros das filhas e os genros que começavam a chegar à família. Com as excursões organizadas pelo Avô ás praias e santuários e a chegada dos netos o ciclo da vida continuava de vento em popa e de cada filha nascia uma nova família.
Um filme que teve a Avó Rosa e o Avô Antônio como protagonistas e nós como atores coadjuvantes. Um filme no qual o Avô e a Avó não ficaram à espera da “grande felicidade” mas souberam valorizar as “pequenas alegrias”.
Mas afinal qual é o vosso segredo para estarmos aqui, hoje, todos reunidos a comemorar o vosso sexagésimo aniversário de casamento?



Com certeza não é um só segredo, mas muitos segredos, alguns que só vocês conhecem, outros que nem mesmo vocês imaginam. Só o mistério da vida nos poderia responder a esta pergunta.
Uma das respostas seria certamente “Porque vocês merecem”. Realmente vocês merecem, queridos Avós. Todos aqui estamos muito felizes por poder compartilhar este momento com vocês, com as suas filhas, com os seus genros, netos e bisnetos. Porque é o vosso exemplo que deve perdurar nas nossas memórias, e com ele construir cada um dos nossos caminhos. Porque é a vocês que vamos consultar a sabedoria obtida noutros tempos. Tempos em que a vida tinha outro sabor. Porque são vocês as bases, as raízes, os alicerces desta família tão unida.
Queridos Avós, a vida só pode ser compreendida olhando para trás. Mas ela só pode ser vivida olhando para a frente. Olhando para trás, vemos o vosso filme ligado aquele Domingo de 1948 ao dia de hoje. Tudo mudou... olhando para a frente, sentimos que o filme vai continuar a rodar por muito tempo ainda.
Há dez anos, quando nos reunimos aqui, neste mesmo local, para comemorar as vossas Bodas de Ouro, o nosso desejo era que não fosse a ultima vez, e a verdade é que estamos aqui, de novo, a comemorar as vossas bodas de Brilhante! Dêmos graças na esperança de nos voltarmos aqui a reunir.
Aqueles que estiveram na Igreja do Sobral fazem parte deste filme. Por isso, sinto que todos estão nesta sala. Eles, nós e tantos mais, estamos aqui para vos saudar e fazer votos de que continuem a ser felizes e a saborear todos os momentos que para vós ainda estão reservados.
Muito Obrigado pelo vosso belo exemplo!
Um brinde aos “noivos”!»
Cláudia Amaral

4 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns

Nao queria deixar esta oportunidade em meu nome e da minha familia para desejar os mais sinceros parabéns ao (ti) Antonio e (ti) Maria e ja agora a toda a familia por esta data tão bela. espero que se repita ainda por longos e bons anos.
Abraços do Alfredo jorge e familia

Anónimo disse...

ja comeca a parecer um pouco estranho a pessoa que colocou esta noticia fazer-se de esquecido quanto a mais dois nomes de duas netas que este casal tem! ate parece que elas sao camones ou avecs para se esqueceram tao facilmente que existem! Ainda pra mais 'conhecidas' do(a) 'jornalista'!! É engracado!

Anónimo disse...

Nota do jornalista, como lhe chamas...
É-me completamente indiferente colocar aqui os nomes de quem quer que seja, se não o fiz foi apenas porque a pessoa e/ou local onde recolhi a informação (que por sinal é da família do ANÓNIMO que aqui surge muito exaltado) não me deram esses mesmos dois nomes.

De qualquer forma admito que poderia ter reparado que essa mesma fonte tivesse omitido alguns nomes, mas não reparei! Até porque não sou obrigado a conhecer todos os primos, tias, sobrinhos, netos e bisnetos, cunhados e amigos que este ou aquele tem. Mas como errar é humano, aqui vão as minhas SINCERAS DESCULPAS, não vão as susceptibilidades ficar feridas!
Esquecido? Não, de qualquer forma já justifiquei a ocorrência.
Acho curioso é a forma como te diriges ao "jornalista". Sim, porque felizmente em alguns outros lapsos (admitidos – penso eu - para amadores que fazem isto por carolice e para levar o que se vai fazendo na terra mais longe), as pessoas envolvidas tiveram o bom senso de se nos dirigir pessoalmente ou enviar um e-mail a deixar o reparo de uma forma afável. Deram a cara, falaram, nós ouvimos e corrigimos! Sem a necessidade de se esconderem atrás de um nome “Anónimo”, «Ainda pra mais 'conhecidas' do(a) 'jornalista'!!» É engraçado!
E porque penso que, quem a única vez que se dedica a mandar um comentário é para criticar destrutivamente o trabalho que uma equipa de amigos humildemente vai construindo, não merece muitas palavras, vou ficar por aqui que já me alarguei demais.

Anónimo disse...

Daqui do LUXEMBOURG, A familia DEUS deseja-vos muitas felicidades e muitos parabèns pela vossa boda de diamante. Felicidades para voçès deste vosso vizinho!!!JOAO DE DEUS